Nasci nesta cidade de Maceió, na
Maternidade Sampaio Marques, no dia 1o. de maio de 1954.
Vivi minha infância e juventude
entre as ruas Dias Cabral no Centro, e Siqueira Campos no bairro do Trapiche da
Barra.
Alguns anos atrás, devido a
compromissos, voltei a estas regiões e relembrei o passado. Foi como um filme
passado diante de meus olhos. As travessuras, os amigos - alguns já não estão
mais por aqui… e principalmente os casarões, as praças (da Faculdade, Deodoro,
dos Martírios, etc.), quantas boas lembranças.
Rever a velha casa em que vivi
meus primeiros 12 anos de vida me trouxe certa alegria, sobretudo em vê-la de
pé, resistindo ao tempo, à especulação comercial, etc. e também por lembrar
momentos felizes com meus colegas, vizinhos e que hoje ainda permanecem bem
vivas em minha memória.
Hoje, passo pelas ruas do bairro
da ponta verde, e vejo a tremenda destruição de suas casas belíssimas.
Construções erguidas por famílias tradicionais de Maceió, que traduziam em suas
linhas, a riqueza, a posição social, destaque na sociedade alagoana.
Nomes que se eternizaram nas
mentes e nos corações daqueles que tiveram o privilégio de compartilhar de suas
companhias, seus cumprimentos, seus passeios aos domingos na orla de pajussara.
Parei de repente e vi uma enorme
escavadeira retirando a terra do que foi a residência de uma família
tradicional. Pensei comigo mesmo: - O que seria desta família, o que pensariam
eles vendo esta máquina apagando o que foi vivido durante os anos pela família?
Suas alegrias, tristezas, conquistas, realizações conseguidas com muito
esforço, com a cumplicidade daquele LAR.
Bem, talvez isto não seja tão
importante para alguns. Talvez não seja “sua” historia. Nem tampouco importante
para ser levando ao Blog. Mas com certeza levará alguns de vocês a fazer o que
eu fiz: parar diante de uma obra destas e pensar: - Que historia de vida foi apagada
por estas máquinas? O que se perdeu nestas areias removidas agora? Que sonhos,
tristezas, alegrias foram vivenciadas pela família nesta casa, e que tiveram
estas paredes, agora no chão, como testemunha?
É um exercício que sempre faço ao me deparar com
tal fato. Por que lembro que algum dia, alguém também o fará em relação à minha
casa, pois vejo, tenho a certeza, que eternas... só as lembranças…
Muito bom o texto. Nostalgia pura.
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