Comportamento
Suicida = Suicídio Consumado e Tentativa de Suicídio
Cerca de 800.000
pessoas morrem por suicídio por ano no mundo, e, segundo a Organização Mundial
da Saúde, o suicídio foi a causa da morte de jovens entre 15 e 29 anos. O mais grave
é saber que, para cada pessoa que morre por suicídio, há muito mais que tentam
cometê-lo, e essa proporção varia de acordo com o país, região, sexo, idade,
método.
O suicídio
resulta normalmente da interação de vários fatores e geralmente está associado
à depressão. Alguns métodos, como o uso de armas de fogo, têm mais
probabilidade de resultar em morte, mas a escolha de um método menos letal não
significa necessariamente que a intenção foi menos séria.
Qualquer ameaça
ou tentativa de suicídio deve ser levada a sério e ajuda e apoio, devem ser
providenciados. Uma linha telefônica especial está disponível para pessoas que
pensam em cometer suicídio: 188 CVV – Centro de Valorização da Vida.
O comportamento suicida inclui o seguinte:
Ø Suicídio consumado: Um ato intencional de
autoagressão que resulta em morte.
Ø Tentativa de suicídio: Um ato de
autoagressão cuja intenção é a morte, que acaba não ocorrendo. Uma tentativa de
suicídio pode ou não resultar em lesão.
Ø
A automutilação
não suicida é
um ato de autoagressão que não tem o intuito de resultar em morte. Tais atos
incluem a realização de arranhões nos braços, queimar a si mesmo com um cigarro
e tomar uma dose excessiva de vitaminas.
Ø
A automutilação não
suicida pode ser uma maneira de reduzir a tensão ou pode ser um pedido de ajuda
por parte de pessoas que ainda têm vontade de viver. Esses atos não devem ser
menosprezados.
Ø Informações sobre a taxa de
suicídios são dadas, principalmente, por certidões de óbito e por investigações
judiciais. A taxa real é provavelmente subestimada. Ainda assim, o
comportamento suicida é um problema de saúde pública muito comum.
Ø O comportamento suicida ocorre
em homens e mulheres de todas as idades, raças, crenças, níveis socioeconômicos
e acadêmicos, e orientações sexuais. Não existe um perfil típico do suicida.
Na ordem das principais causas de morte, o suicídio fica em 10º lugar.
Entre pessoas mais jovens, o suicídio fica: Em terceiro lugar entre jovens com
10 a 14 anos de idade; Em segundo lugar entre pessoas com 15 a
34 anos de idade.
Em todas as faixas etárias, os homens cometem quase quatro vezes mais
suicídio que as mulheres. Não se sabe o porquê disso, mas pode ser pelos
seguintes motivos:
·
Quando os homens têm problemas, eles são menos propensos a procurar
ajuda, tanto de amigos de como profissionais de saúde.
·
O abuso de álcool e o abuso de medicamentos, que parecem contribuir para
o comportamento suicida, são mais comuns entre os homens.
·
Os homens são mais agressivos e utilizam meios mais letais quando tentam
cometer o suicídio.
·
O número de suicídios em homens inclui suicídios entre militares e
veteranos de guerra. Ambos os grupos têm uma proporção maior de homens para
mulheres.
Causas
Aproximadamente uma em cada seis pessoas que cometem suicídio deixam um
bilhete que, às vezes, dá pistas para as razões para essa atitude. Os
comportamentos suicidas geralmente resultam da interação de vários fatores. O
fator mais comum que contribui para o comportamento suicida é Depressão.
A depressão, incluindo a depressão que
faz parte do transtorno bipolar, está envolvida em mais de 50% das tentativas de
suicídio e em uma porcentagem ainda maior de suicídios consumados.
A depressão pode ocorrer do nada, ser desencadeada
por uma perda recente ou outro evento angustiante, ou resultar de uma
combinação de fatores. Problemas conjugais, prisão ou problemas com a lei
recentes, uma relação amorosa infeliz ou que terminou, desentendimentos com os
pais ou bullying (entre adolescentes) ou a perda recente de um ente querido
(sobretudo em idosos) podem desencadear uma tentativa de suicídio por pessoas
com depressão. O risco de suicídio é maior, se a pessoa com depressão também
tiver ansiedade significativa.
Pessoas com determinados quadros clínicos podem se tornar
depressivas e tentar ou consumar um suicídio. A maioria dos quadros clínicos
associados a um aumento da taxa de suicídio afetam diretamente o sistema nervoso
e o cérebro ou envolve tratamentos que podem causar depressão.
Aproximadamente 20% dos suicídios em pessoas idosas podem representar,
pelo menos parcialmente, uma resposta a doenças crônicas sérias ou dolorosas.
Experiências traumáticas na infância, incluindo abuso físico e sexual, aumentam o
risco de tentativas de suicídio, talvez porque a depressão é comum entre
pessoas que tiveram esses tipos de experiência ruim.
O consumo de álcool pode
intensificar a depressão que, por sua vez, favorece o comportamento suicida. O
álcool também reduz o autocontrole. Aproximadamente 30% das pessoas que tentam
cometer suicídio consomem bebidas alcoólicas antes da tentativa, e
aproximadamente metade delas estão embriagadas no momento. Visto que o
alcoolismo, principalmente o crônico, causa profundos sentimentos de remorso
nos períodos de sobriedade, os alcoólatras são propensos ao suicídio mesmo
quando estão sóbrios.
Quase todos os transtornos mentais também
fazem com que a pessoa tenha risco de suicídio.
A pessoa com esquizofrenia ou outros transtornos psicóticos pode ter
delírios (convicções falsas) com as quais ela simplesmente não consegue lidar,
ou ela pode ouvir vozes (alucinações auditivas) que ordenam que ela se mate.
Além disso, pessoas com esquizofrenia são propensas a ter depressão.
Pessoas com transtorno de personalidade limítrofe ou transtorno de personalidade antissocial, especialmente aquelas com histórico de
comportamento violento, também estão sujeitas a um maior risco de suicídio.
Pessoas com esses transtornos não conseguem tolerar muito bem a frustração e
reagem impulsivamente ao estresse, o que às vezes dá origem à automutilação ou
ao comportamento agressivo.
Viver só aumenta o risco de ter comportamento suicida. Pessoas que passaram
por separações, divórcios ou viuvez têm maior probabilidade de consumar um
suicídio. O suicídio é menos comum entre pessoas que mantêm um relacionamento
seguro do que entre pessoas solteiras.
Prevenção
Ainda que a maioria das tentativas de suicídio ou suicídios consumados
sejam um choque para parentes e os amigos, muitas pessoas dão claras
advertências. Qualquer ameaça ou tentativa de suicídio deve ser levada a sério.
Se for ignorada, uma vida pode ser perdida.
Se uma pessoa estiver ameaçando ou já tiver tentado cometer suicídio, a
polícia deve ser contatada imediatamente para que os serviços de emergência
possam chegar o mais rapidamente possível. Até que a ajuda chegue, deve-se
conversar com a pessoa de um modo calmo e que demonstre apoio.
O médico pode hospitalizar a pessoa que tenha ameaçado ou tentado cometer
suicídio. A maioria dos estados permite que um médico interne uma pessoa contra
sua vontade se houver suspeita de que a pessoa está em alto risco de ferir a si
mesma ou outras pessoas.
A ajuda psicológica juntamente com a psiquiatria é extremamente
necessária para o adequado tratamento dessas pessoas, dependendo logicamente,
do grau de comprometimento mental.
Fonte: Manual MSD