Você sabe o que é absenteísmo? O termo é usado pelos setores de Recursos Humanos para medir a ausência dos funcionários no expediente no trabalho, incluindo atrasos, faltas ou saídas antecipadas. Existem diversos fatores que influenciam a taxa de absenteísmo e as enfermidades são uma das principais razões.
Quando
pensamos em afastamentos do trabalho devido às patologias, é comum associá-los
às condições físicas. De fato, as lesões e as doenças do sistema osteomuscular
e do tecido conjuntivo, como dores na coluna e artroses, lideram o ranking das
causas de afastamento, segundo os dados divulgados pela Secretaria Especial de
Previdência e Trabalho (SEPRT) do Brasil em 2020.
No
entanto, de acordo com o artigo "Mental illnesses and their impact
on the Brazilian workforce: an analysis of the cost of sick leave and
pensions", publicado na Brazilian Journal of Psychiatry (BJP),
entre 2007 e 2017, os transtornos mentais e de comportamento foram a terceira
causa de afastamento do trabalho no Brasil. No mesmo período, as licenças por
doença representaram 52% de todos os benefícios sociais desembolsados, e cerca
de 50% das reivindicações estavam associadas aos transtornos do humor.
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a depressão será a doença mais
incapacitante em todo o mundo até 2030. Por isso, nos últimos anos, a
instituição tem chamado atenção para a importância de se debater a saúde mental
da população trabalhadora. Estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são
perdidos por ano em todo o mundo anualmente por causa da depressão e da
ansiedade, causando um prejuízo de US$ 1 trilhão à economia global,
principalmente devido à diminuição da produtividade e ao absenteísmo no
trabalho.
No
Brasil, os principais diagnósticos psiquiátricos relacionados ao afastamento e
à aposentadoria por doença são depressão, transtorno bipolar, ansiedade e
transtornos psicóticos. Por isso, é necessário aumentar a disponibilidade de
terapias médicas e psicológicas eficazes, antes que os transtornos se agravem a
ponto de excluir esses indivíduos do mercado de trabalho. Neste sentido, o
diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para garantir uma
qualidade de vida digna às pessoas com transtornos mentais.
Em termos
de prevenção das doenças e promoção de saúde mental, existem práticas que todos
podem e devem adotar: a prática regular de atividades físicas, ter uma
alimentação balanceada, não ser fumante e ter uma boa qualidade do sono. Além
de serem fatores de proteção, tais medidas também são eficazes para melhorar a
qualidade de vida de pessoas já diagnosticadas com transtornos psiquiátricos,
como depressão maior, transtorno do déficit de atenção/hiperatividade,
esquizofrenia e dependência química, por exemplo.