quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

AMO VOCÊ!


Hoje, tomo emprestado de Marcos Meier, este texto que ele publicou no Linkedin, e que achei muito significativo para mim. Vi nele, meu pai, seu jeito de ser, como administrava nossa casa, sua dedicação ao trabalho e também ao seu lazer (autor e diretor de teatro). Para alguns que não o conhecera pessoalmente, achavam-no sisudo, de poucas palavras. Mas para nós filhos, parentes e amigos, uma pessoa dotada de uma inteligência privilegiada, de uma forma de ver as pessoas pelo lado da solidariedade. Ajudou muitos dos seus amigos em vida, e até hoje, quando encontro um desses, me falam do homem de bem que era. 
Deixou muitas saudades em todos nós, família, amigos e admiradores!
_______________________________________________________

AMO VOCÊ!

Quando eu tinha 30 anos encontrei um amigo do meu pai que me disse o quanto ele me admirava e amava. - Sério mesmo? - perguntei - Ele disse isso? - Sim, várias vezes.
Ele me contou com orgulho quando você passou no vestibular, quando terminou a faculdade, cada passo que você dava ele me falava de boca cheia. “Amo aquele moleque” ele dizia.
Agradeci e fui embora com lágrimas. Meu pai, em toda a sua vida, nunca falara isso diretamente pra mim. Nunca ouvi “Tenho orgulho de você, Marcos”, ou “Te amo meu filho!”. Nunca.

Há algumas lições aqui: em primeiro lugar, não seja assim com seu filho. Fale a ele o quanto o ama, fale do seu orgulho, da sua honra em ser seu pai, do quanto o admira.
Em segundo lugar, o mesmo vale para os filhos. Fale a seu pai que o ama, que você é muito feliz por ele ser seu pai (ou mãe, avô, avó ...). Verbalize seu amor.
Em terceiro lugar, aprenda a ver além das palavras. 

Eu poderia passar o resto da vida choramingando dizendo que meu pai nunca me disse “amo você, meu filho”, mas posso “ouvir” seu amor pela forma como trabalhava incansavelmente para que tivéssemos o que comer ou vestir, pela forma como ele brincava comigo, ou simplesmente quando ele parava para me ouvir.

São formas diferentes de dizer “amo você”. Basta aprendermos a ouvir.
Palestrante, Escritor, mestre em Educação, Psicólogo e Matemático.

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Síndrome de burnout é associada a batimentos cardíacos irregulares

Exaustão física e mental relacionada pode levar a prejuízos na saúde do coração, mostra estudo publicado no Jornal Europeu de Cardiologia Preventiva

Um estudo da Sociedade Europeia de Cardiologia, publicado no Jornal Europeu de Cardiologia Preventiva, relaciona o burnout (esgotamento físico e mental ligado à vida profissional) ao desenvolvimento de arritmia cardíaca.


Durante 25 anos, os pesquisadores acompanharam 11 mil indivíduos, alguns deles com registro de exaustão vital, raiva, uso de antidepressivos e baixo apoio social.

Os participantes com os níveis mais altos de exaustão vital apresentaram um risco 20% maior de desenvolver fibrilação atrial ao longo do acompanhamento, em comparação com aqueles com pouca ou nenhuma evidência de exaustão vital.

A fibrilação atrial é a forma mais comum de arritmia cardíaca. Estima-se que 17 milhões de pessoas na Europa e 10 milhões nos EUA tenham essa condição até o próximo ano, aumentando o risco de ataque cardíaco, derrame e morte.

Embora sejam necessários mais estudos para entender melhor a relação observada, um dos autores do estudo, o médico Parveen K. Garg, da Universidade do Sul da Califórnia em Los Angeles, explica que dois mecanismos provavelmente têm influência.

"A exaustão vital está associada ao aumento da inflamação e à ativação aumentada da resposta fisiológica ao estresse do corpo. Quando essas duas coisas são acionadas cronicamente, podem ter efeitos sérios e prejudiciais no tecido cardíaco, o que pode levar ao desenvolvimento dessa arritmia."
Segundo Garg, os resultados servem de alerta para a prevenção de problemas relacionados ao estresse crônico e ao esgotamento físico e mental de indivíduos.

"Já se sabe que a exaustão aumenta o risco de doenças cardiovasculares, incluindo ataque cardíaco e derrame. Agora relatamos que também pode aumentar o risco de desenvolver fibrilação atrial, uma arritmia cardíaca potencialmente grave."

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Por que fazer terapia?


Parece estranho que em pleno século 21 existem pessoas que acham que fazer terapia é coisa pra gente doida. O preconceito é grande mesmo entre pessoas aparentemente esclarecidas. Mas o que significa “fazer terapia”, afinal? Para que serve?
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer e entender que o processo terapêutico proporciona o encontro, a descoberta com o mais valioso que podemos ter, porque trata-se de um encontro com o mais íntimo da nossa essência.

Fazer terapia é encontrar sua “caixinha”
Quando nascemos, sempre faço esta analogia, trazemos conosco uma caixinha e no centro dessa caixinha tem um ponto que é a nossa essência. Desde bebês e ao longo da nossa existência, essa caixinha vai sendo preenchida com crenças e valores dos pais ou responsáveis por nós, como crenças e valores religiosos, e ainda por valores sociais.
Tudo o que nos cerca e vivenciamos, vai se tornando referência para nossas ações: como é um casamento, como os adultos se comportam, o que deve ter importância, como devemos lidar com finanças, com nossos vizinhos e assim por diante.
Acontece que, quando nos tornamos adultos e mesmo na adolescência, muito do que aprendemos não reverbera dentro de nós e nos sentimos desconfortáveis agindo de acordo com o que vimos e aprendemos.
Se tivemos pais ciumentos, por exemplo, tendemos a acreditar que a manifestação do amor se dá por meio do ciúme. Se cresci num ambiente onde as pessoas ditas extremamente realizadas na vida, não se importavam com ética, vou tender a acreditar que ser ético não é um bom caminho para eu conquistar meu lugar ao sol, e assim por diante.
Mas, muitas vezes, não ficamos confortáveis reproduzindo o comportamento de nossos pais ou seguindo as regras que aprendemos – e não sabemos como fazer diferente. Isso gera angústia e, algumas vezes, um sentimento de deslealdade para com a família, afinal, eles são nossa referência de como viver.
E se essas referências estão na minha caixinha e se a caixinha é minha, provavelmente eu sou tudo o que está dentro dela, certo? Não. Não necessariamente está certo.

Quando alguém procura fazer terapia?
Quando estão atravessando uma fase difícil e não encontram uma saída razoável para seus problemas, normalmente, as pessoas buscam por ajuda de um profissional.
Pode ser a morte de alguém querido, uma separação, um conflito profissional, problemas que se repetem nos relacionamentos, uma tristeza que não se consegue identificar a origem… alguma dor emocional está ali, incomodando, sem que se consiga, sozinho, lidar com ela.
Ninguém tem obrigação de saber como sair das ciladas que a vida nos apresenta. Por isso, existem terapeutas, psicólogos, pessoas que estudaram o comportamento humano e estão capacitadas a nos ajudar a identificar e a identificar saídas nosso inconsciente.
Onde estão nossas dificuldades? Não é possível transformar o que não conhecemos, e o processo terapêutico vai nos ajudar a conhecermos a nós mesmos.

Desapegue-se para mudar
Quando iniciamos um processo terapêutico, além das sessões de apoio para a questão mais urgente que é a que nos leva a buscar ajuda, vamos começar a identificar o que está dentro da caixinha que realmente pertence a nós e aquilo que aprendemos mas não reconhecemos como nosso.
O processo envolve várias etapas, e o desapego é uma das principais. Desapegar-se de conceitos e valores tão arraigados é trabalhoso, ainda que esses valores apreendidos desemboquem sempre no mesmo resultado:
  • “minhas conversas sempre terminam em discussão”
  • “meus relacionamentos são todos muito parecidos”
  • “no trabalho sempre tem alguém querendo puxar meu tapete”
  • “nunca ninguém entende o que eu falo”
  • “eu tenho o dedo fraco, só escolho parceiros ciumentos”
E, assim por diante, sem ter uma reflexão mais profunda sobre por que os eventos da vida dão voltas e sempre acabam no mesmo cenário.
A terapia ajuda a compreender os motivos pelos quais vivemos como vivemos, fazemos nossas escolhas dessa ou daquela forma ou porque estamos sempre diante de problemas que teimam ser tão recorrentes.
Ninguém pode transformar aquilo que não conhece.
Como posso mudar então ou ser uma pessoa melhor se não sei porque sou de um jeito que não gosto de ser? Ou se desconheço minhas razões?
Fazer terapia é a busca por encontrar quem realmente somos, e resolver esses conflitos.
No processo terapêutico, aprendemos a nos fazer as perguntas certas e a encontrar nossas respostas, aquelas que vão nos permitir chegar mais perto de quem verdadeiramente somos e, assim, transformarmos nossas vidas.
São várias as correntes terapêuticas e cada uma delas se identifica com aquela que fala melhor ao próprio coração. O que importa realmente é esse encontro com nossa essência. É esse despertar da consciência que nos conduz ao conforto de sermos quem de fato somos.
Pense com carinho em estabelecer essa meta do autoconhecimento para este ano de 2020. E lembre-se: Quanto mais cedo começamos essa jornada, mais tempo de vida emocionalmente saudável teremos!

Foto do almoço das comemorações dos 70 anos

Esta foto é do dia 1º de maio de 2024. Filhos, filha, nora, neta. no almoço.