segunda-feira, 29 de junho de 2020

O que perdemos quando o nosso pai morre?

Dezoito anos após a morte de meu pai, encontrei esse texto nos meus arquivos do PC

O momento em que um pai morre é um dos mais complexos na vida de uma pessoa. Não importa quantos anos tenhamos ou quão bom ou ruim esse relacionamento tenha sido com o pai. Mesmo um pai distante ou ausente deixa um vazio profundo e uma série de sentimentos e emoções difíceis de processar.

Quando nosso pai morre, precisamos nos reposicionar mentalmente no mundo. Por um tempo, o lugar que ocupamos no planeta se torna um pouco difuso. Nós também temos que modificar nossa autopercepção. Sem o nosso pai, não somos iguais a antes.

Embora o habitual seja que tenhamos mais apego e proximidade com nossa mãe, a verdade é que o pai é uma figura que está sempre no horizonte. Mesmo quando não está lá, sua presença brilha no pano de fundo. É um guia e protetor, embora não o guie ou proteja. Nossa mente colocou nesse papel, mesmo sem perceber.

Quando o pai morre, a identidade muda. Somos nós quando temos um pai e outros quando nosso pai morre. Não importa se temos 30, 40 ou 50 anos no momento em que o evento ocorre. Enquanto nossos pais estão vivos, uma parte de nós continua a viver na infância. Nós sentimos que nossa vida é liderada por outro ser.

No momento da morte do pai, um pequeno terremoto ocorre em nossa identidade. Nós somos aqueles que lideram as gerações que nos seguem. Isso assusta e gera uma sensação de solidão.

Um processo de construção de uma nova identidade adulta começa então. Isso não é feito automaticamente e não está livre de sofrimento. Precisamos construir uma nova perspectiva sobre quem somos e nosso lugar na vida dos outros. Quando o pai morre, é como se tivéssemos perdido uma âncora. Por um tempo estaremos à deriva.

Nostalgia pelo que nunca foi. Nós nunca teremos outro pai. É uma perda absolutamente irreparável. Quer tenhamos um bom relacionamento com ele ou não, sentiremos nostalgia pelo que nunca aconteceu ou o que nunca aconteceu. Algo dentro de nós resiste a renunciar aos ideais, a aceitar o impossível.

Se nosso pai era próximo e afetuoso, vamos ver tudo o que ele nos deu. Seus sacrifícios e esforços para nos fazer felizes. Então, podemos pensar que não correspondemos adequadamente àqueles presentes generosos. Que nos faltava dar mais amor, mais atenção ou mais felicidade.

Se o relacionamento com o pai não foi bom, as coisas ficam um pouco mais difíceis. O normal é que as fraturas e os pontos de ruptura nessa relação começam a pesar mais. Agora não há mais a oportunidade de encurtar essas distâncias ou simplesmente dizer sim, que apesar de tudo, nós amamos isso.

Algo semelhante acontece no caso de pais ausentes. Para aquela ausência vivida e sofrida, seguramente por muito tempo, a força da ausência total é acrescentada agora. É como ser forçado a fechar um ciclo que nunca foi realmente aberto.

O imperativo para avançar. Não importa quais sejam as circunstâncias, se nosso pai morrer, a dor provavelmente aparecerá. Nós também vamos mudar às vezes de uma maneira positiva. Sem essa figura normativa atual, é possível que aspectos de nossa personalidade ou realidades que foram inibidas por sua presença venham à luz.

De qualquer forma, essa perda certamente irá doer intensamente por um bom tempo. Ao longo dos meses e anos, será mais tolerável. O mais aconselhável é entender que o sofrimento puro e duro antes da morte do pai é uma fase perfeitamente normal. Podemos ter 50 anos, mas mesmo assim vai doer, vai nos assustar.

Psicólogos recomendam dedicar um tempo para refletir sobre o legado que nosso pai nos deixou. E surge basicamente cinco perguntas: o que eu recebi do meu pai? O que eu quero manter disso? O que eu quero descartar? O que eu me arrependo de não ter recebido? O que eu gostaria de dar e não dizer?

Tudo isso permite identificar onde estão as fraturas e vazios. Isso, por sua vez, ajuda a gerar estratégias para processar essas lacunas e interrupções. Quando nosso pai morre, novas veias de crescimento também se abrem. O mais inteligente é tirar vantagem deles.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Faça uma lista ..??


Não sei o titulo dessa musica de Osvaldo Montenegro, mas a letra nos mostra os dias de hoje...

Faça uma lista de grandes amigos, que você mais via há 10 atrás
Quantos você ainda vê todo dia, quantos você já não encontra mais

Faça uma lista dos sonhos que tinha, quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados pra sempre, quantos você conseguiu preservar

Onde você ainda se reconhece, na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria, quantos amigos você jogou fora

Quantos mistérios que você sondava, quantos você conseguiu entender
Quantos segredos que você guardava, hoje são bobos ninguém quer saber

Quantas mentiras você condenava, quantas você teve que cometer
Quantos defeitos sanados com o tempo, era o melhor que havia em você

Quantas canções que você cantava, hoje assovia pra sobreviver
Quantas pessoas que você amava, hoje acredita que amam você.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

UUFFAA! 66 anos!

UUUFFFAA 66 anos de vida!!
Começo esse texto com um recado de minha filha Alycia Victtoria. Como é bom acordar com um recadinho de uma filha muito especial, muito querida!


"PARABÉNS PAIIII
Que vc aproveite e relaxe mto nesse seu dia 🥳🥳🥳🥳🥳❤️ mesmo na quarentena, sei que vc consegue dar um jeitinho.
Obrigada por todos esses anos de ensinamentos e risadas, mesmo não estando no mesmo cômodo, continuamos rindo e nos falando. Mesmo a distância e com tudo que ocorreu, sou mto grata pelo pai que eu tenho. Obrigada por estar ao meu lado sempre, seja em apresentações, ou ensinando a andar de bicicleta. A distância nunca irá nos separar.
Eu te amo infinitamente e espero que Deus te abençoe mto mto mtoooooo!! Sinto sua falta nessa quarentena ;/
Obrigada por ser você pai ️ FELIZ ANIVERSÁRIOOOOOO"🥳🥳🥳🥳🥳💗💗💗


Foto do almoço das comemorações dos 70 anos

Esta foto é do dia 1º de maio de 2024. Filhos, filha, nora, neta. no almoço.